segunda-feira, 14 de janeiro de 2013

12º dia - de Atacama a Salta - 590 km

Acordamos cedo, terminamos de arrumar as últimas coisas para começar a grande viagem de volta. Tomamos um gostoso café da manhã, montamos as quatro malas na moto e partimos para a aduana chilena que fica na saída da cidade. Já tinha uma fila considerável. Depois foi chegando gente mas a fila não andava. Demorou mais ou menos uma hora e, do nada, começou a andar até que rápido. Feito todo o trâmite de saída, ligamos o motor e partimos. Subimos 42 km e logo estávamos ao lado do vulcão Licancabur que separa o Chile da Bolívia. O frio se intensificou e começaram as lindas paisagens. Apesar de termos vindo por esse caminho, foi muito interessante fazê-lo de volta. Parecia outra estrada. Vimos muitas lhamas, vicunhas atravessando o asfalto, uma morta no acostamento, muitos jegues selvagens pequeninos e pretos, cabras e muitas ovelhas. Até um flamingo perdido estava se alimentando numa lagoa. O céu estava muito azul, mas chegando aos 4800 metros de altitude o tempo começou a ficar mais fechado. Víamos chuva caindo, mas tivemos sorte pois a estrada acabava se desviando de onde caía mais água. Numa lombada, a uns 140 km/h apareceram muitas ovelhas com lacinhos vermelhos nas orelhas, sendo que algumas delas ameaçaram atravessar a pista. Brequei com determinação, a roda traseira até travou, mas não me livrei das broncas da Lúcia. Isto que eu chamo de freio biológico. Chegamos na aduana Argentina e lá foi rápido desembaraçar a papelada. Passamos pelo restaurante Pastos Chicos por volta do meio dia e ainda era cedo para comer. Fomos parar em Purmamarca e decidimos entrar para conhecer a vilazinha encrustada no Morro das Sete Cores. Um rapaz fazia umas belas empanadas de jamon y queso. E resolvemos parar para apreciar aquela iguaria. Que contraste, havíamos acabado de descer de uma região gelada, com picos nevados, e lá estávamos nós momentos depois passando o maior calor. A empanada estava ótima. Saímos rumo à Salta e lá chegamos no fim da tarde. Tão logo nos hospedamos no hotel Continental desabou o maior pé d'água. Voltamos ao Doña Salta mas não aceitavam cartão de débito. Lá fui eu andando 10 quarteirões debaixo de chuva e com o pé ainda inchado e doendo para retirar dinheiro no cajero. Depois aproveitamos o belo jantar e voltamos para o merecido descanso. Amanhã tem outra aventura: rodar 800 km pelo Chaco argentino até Resistência.



























4 comentários:

  1. Que maravilha!!! Tanto na ida, como na volta, imagens extraordinárias e experiências diferentes... Como dizem, o ângulo focado muda tudo... Que legal! Continuem curtindo ao máximo esses formidáveis momentos.
    Abçs.
    :D

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  2. Bravo pessoal, voltando tranqüilamente para casa, aproveitem todas essas maravilhas, gosto da vossa idéia do "side-car" para poder ir junto na próxima.

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  3. O Dakar passou bem perto de você, devem ter visto algum perdido no deserto. Kkkkk. O dia de hoje será a maior pedreira, atravessar o Chaco. Temperatura infernal.
    Retornem em segurança

    Abs

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  4. Vocês devem estar vendo muito mais verde!
    O tempo está muito chuvoso.
    Venham com Deus, boa viagem!

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